quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ironia


A ironia sai à rua com os dentes afiados. Perante as facas do homem da carne, a magote hipócrita atira-se contra elas, como se o vento beijasse a montanha do leão, “Ui, tenho o corpo maluco. Parece que não consigo dizer uma verdade”, diz uma alma sem rosto, pois as sombras da tarde rastejam até aos corjas, “Era capaz de namorar uma velha”, “Vou casar com um tipo rico. Preciso de massa. Mas ele não saberá disso”, “Vou viajar até à lua”, “Irei matar o amante da minha mulher”, e quando o relógio marca três da tarde, a noite agarra-se ao céu.

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